- 13 de nov.
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Maitê era uma menina com vitiligo; sua mãe dizia que sua pele contava histórias. Aos 14 anos, ela morava em uma casa azul, pequena, que ficava no alto de um morro no bairro da Macaxeira, no Recife. Nessa casa moravam também seus pais e seus quatro irmãos.
No Brasil, 1,17 milhão de meninas e meninos tiveram os estudos interrompidos por eventos climáticos em 2024.
Naquela manhã, a chuva começou a cair sem parar. Na TV, as notícias anunciavam estado de alerta e prontamente suas aulas foram canceladas. Maitê estudava na escola que ficava abaixo de sua casa, em frente à barreira. Ela era aluna no turno semi-integral e se dedicava aos estudos, motivada pelo sonho de um dia se tornar governadora.
À medida que o som da chuva se intensificava, Maitê sentia o medo crescer, sabia que sua casa não era segura. Pela manhã, seu pai trabalhava. Então, ela e sua mãe, junto aos irmãos, decidiram ir para a casa da sua avó, em busca de proteção. Mas era tarde demais. Maitê e sua família foram vítimas fatais de um deslizamento.
O Brasil está entre os 10 países com a maior área atingida por deslizamentos de terra. Nos últimos 20 anos, foram registradas 5 mil ocorrências fatais que afetaram a vida de mais de 300 mil pessoas.

Através de sua vivência e de sua comunidade, Maitê tem uma perspectiva única sobre os problemas da cidade. E foi pela educação que conseguiu se dedicar ao seu futuro, e anos mais tarde, foi eleita governadora do estado. Baseada na equidade territorial e na educação, construiu um governo com participação social, possibilitando não somente a sobrevivência, mas a saúde e qualidade de vida de muitas pessoas, inclusive a sua.
Narração:
Joaquim, 9 anos, São Paulo - SP;
Ana Carollina, 12 anos, Belo Horizonte - MG;
Benjamin, 7 anos, Rio de Janeiro - RJ

